Espiritualismo

Por (DF) em

Significado de Espiritualismo:

Espiritualidade Acredito que poucas pessoas tenham ouvido falar de Autorreligião, a verdadeira fonte de espiritualidade, porém muitos indivíduos não sabem do que se trata propriamente dito, outros a confundem com o Deísmo ou com o Teísmo e até mesmo com o Gnosticismo por ter vero semelhança em alguns de seus princípios filosófico e teológicos. Também podem confundi-la com outras doutrinas como o Solipsismo, no entanto a Autorreligião tem sua própria denotação por ser um vocábulo composto por duas palavras que se completam no seu significado global dando sentido a idéia de liberdade de crença livre da influência de quaisquer tipos de doutrinas catequizadoras. Um de seus princípios é que a fé deve ser conduzida pela razão e a consciência tem que ser livre de qualquer agrilhoamento doutrinário ou ideológico e desconectado de quaisquer sentimentos de culpa ou de pecado. Para poder entender qual o verdadeiro significado de ?Autorreligião? vou conceituar primeiramente o que pode se entender por ?AUTO?, em contra partida teríamos o seu antônimo que seria o ?HÉTERO? que exprime a idéia de o outro, o diferente, o oposto, portanto às religiões coletivas ou ditas sociais capitaneadas por igrejas de diversas facções de cunho religioso. O vocábulo ?AUTO? tem o sentido de próprio, pessoal, íntimo, que caracteriza uma ação ou atitude introspectiva, algo de foro íntimo que reflexiona a consciência ao ?eu? psíquico como, por exemplo: o ato da meditação transcendental, uma verdadeira interação entre a criatura e o criador, entre o espírito uno e o espírito universal, assim como a gota d?água está para o oceano; entre a energia geradora primordial e a energia manifesta essencial, o verdadeiro ?religare? em ato de real comunhão unilateral com o ?Princípio Cósmico?. Santo Agostinho, em seu ?Solilóquio? exprimia a idéia de um diálogo com sua própria razão para desenvolver a consciência da existência absoluta de Deus e do reconhecimento da imortalidade da alma, com esta conotação se distinguia perfeitamente do monólogo que se entende como uma fala ou discurso pronunciado por uma única pessoa em teatro, púlpito ou tribuna. Embora, etimologicamente, ser considerada de igual significado, porém o ?Solilóquio? possui uma denotação de caráter próprio, portanto, para ele, era uma espécie de diálogo do indivíduo com a sua própria condição de espiritualidade, um auto-diálogo. Portanto ser ?AUTO? é ser você mesmo; é ser livre em sua consciência; é ser liberto de qualquer tipo de ideologia perniciosa; é ser literalmente heterodoxo, isto é, antagônico a qualquer tipo de paradigma estabelecido por instituições misoneístas; é ser contrário às opiniões ou idéias conservadoras tradicionalmente admitidas; é ser dissidente pertinaz; é ser um rebelde com causa e conscientemente revolucionário; é ser um anti conformista contumaz; é ser um herético com senso crítico agudo (de tendência socrática), o que significa ter uma condição racional de examinar e avaliar, indiferentemente a preconceitos, convenções ou dogmas, tendo sempre em vista um juízo de valor próprio. Também é ter a capacidade de sustentar um conceito antagônico a qualquer princípio fundamental de uma seita, de uma religião ou igreja, ou ideologias sócio-culturais divulgadas e direcionadas pela mídia dos maios de comunicação de massa. Assim sendo, ser ?AUTO? requer coragem, volição e predisposição para encarar os conflitos íntimos existenciais e espirituais e questionar as ideologias pertinazes e perniciosas à libertação da consciência humana. Esses comportamentos espelham o verdadeiro princípio de espiritualidade no que concerne ao Quociente de Espiritual (QEs) desenvolvido pela cientista britânica Danah Zohar. Dentro deste mesmo raciocínio surge o conceito de ?Religião?. As definições que se busca para compreender este fenômeno geralmente são contraditórias em alguns aspectos em virtude dos variados pensamentos e manifestação de religiosidade, tanto pessoais (autorreligião) quanto coletivistas (heterorreligião). Tentar buscar uma explicação que possa traduzir uma idéia, pelo menos aproximada dessa prodigiosa manifestação de crença da alma humana é cair num emaranhado de argumentos e possibilidades. Contudo uma conceituação que parece momentaneamente satisfatória apresenta dois pontos de vista diferenciados: a) o significado denotativo do vocábulo ?religião? vem, segundo os dicionaristas e enciclopedistas, do latim ?religio?, cognato de ?religare? que significa atar, unir, prender, ligar para trás interpretando assim como laços que une o homem à sua divindade; b) os sentidos conotativos desta palavra são diversos, mas o que se considera aparentar uma maior precisão é a que considera a religião como um conjunto de relações teóricas e práticas entre o ente e o seu Deus, de quem o indivíduo acredita se oriundo e, portanto, depender e creditar atos de culto quer seja individual quer seja coletivo. O sagrado é o objeto do ato religioso que elabora um conjunto de sentimentos, pensamentos e ações em torno do que o indivíduo considerado como divino. Do meu porto de vista, como filósofo e livre pensador espiritualista, compreendo que a religião, como manifestação de fé irracional, é um estado de espiritualidade em potencial, isto é, de crença em uma inteligência (Logus) geradora de vida, não possui apenas, como a grande maioria das pessoas compreendem, o caráter coletivista constitutivo de igrejas, seitas, ordens, sociedades, etc., mas, antes de tudo ser uma manifestação de fé de âmago pessoal, embora sob forte influência do processo de socialização e aculturação promovido por igrejas de diversas crenças e pela mídia tendenciosa e associacionista com os meios de comunicação social, que podem ir desde o fanatismo doutrinário até a uma atitude de pseudo fé ou de um ceticismo ateísta ou até a uma convicção racional volitiva, onde a fé é subordinada à razão e fiel a uma consciência livre de influências perniciosas e temores repressivos. De acordo com o respectivo grau de instrução do indivíduo a sua religiosidade pode ir desde a fé irracional, proclamada pela igreja reificadoras (processo em que umas realidades sociais ou subjetivas de natureza dinâmica e criativa passa a apresentar determinadas características de imutabilidade, automatismo e passividade, perdendo sua autonomia e autoconsciência), motivadas por crenças em mitos, adoração de ícones deificados, tabus, fetiches, superstições, crendices, totemismo e assim por diante, a uma deidade antropomorfizada, até a consciente fé racional, aquela que é conduzida pela razão como instrumento de uma consciência esclarecida, independente, autônoma, livre de quaisquer amarras doutrinária ou dogmática. Portanto o conhecimento e a fé são duas manifestações psíquicas do espírito humano que definem a forma de crença que o indivíduo professa, definindo a sua respectiva religião que pode ser muito pessoal, independente (autorreligião- espiritualismo) ou coletiva, religião de massa, dependente, conformista, passional (heterorreligião ? igrejas). A necessidade do ser humana de crer no sobre natural é, a princípio, uma condição intuitiva, imanente ao espírito humano em sua própria essência divina, que, posteriormente transcende e se situa como um ?mônada? (consciência da própria percepção, das impressões sensitivas, refletindo-se na ação pela qual a mente amplia, intensifica e plenifica a consciência de seus próprios estados internos e representações), porque a busca do Divino faz parte da sua própria existência como criatura gerada pelo ?Princípio Gerador? (Deus?), cuja deificação torna-se uma condição de imanência própria do espírito humano, mas só aquele ser humano sente que já possuem a consciência plena de sua existência e de sua individuação é que busca na divindade suprema uma identificação de espírito e corpo como criação divina e, consequentemente, por ter sido gerado da própria essência divina, em espírito, também é divino, porém uma deidade em evolução (o retorno). O homem enquanto se encontra na condição de ignorância espiritual ou num estado de embotamento cerebral (tornar-se menos fervoroso; perder o entusiasmo, o otimismo, a fé) da consciência procura buscar o ?Logus Gerador? de todas as coisas fora de si (na natureza, no céu, no universo, nos fetiches, ícones, mitos, nos rituais mágicos, etc.) que o torna um ser essencialmente empírico e fundamentalmente alienado, mas quando possui uma consciência esclarecida de um espírito libertário, busca a manifestação do divino dento de si mesmo, com o qual se identifica plenamente em consonância com seu próprio espírito, pois se sabendo gerado da própria essência divina busca em si uma identidade com o ?Princípio Sagrado?, um sentir-se divino, puro, imarcescível, pelo aprimoramento da virtude e da moral, mesmo sabedor da impossibilidade de ainda não estar em condições evolutivas para poder compreender ou definir a ?Inteligência Gerador? por ser ela inalcançável à mente humana, isto é, incognoscível, indizível, indescritível, inominável, inefável (que não se pode nomear ou descrever em razão de sua natureza, força, beleza indescritíveis), portanto incomensurável. A ansiedade espiritual, consciente ou inconsciente, de todo ser humano, que traz em si a condição de um espírito aprisionado num corpo (matéria) é retornar ao seio de seu criador, assim como a gota d?água que retorna ao oceano de onde saiu, ao imergir no oceano não deixa de ser a gota d?água, porém passa a ser oceano em sua plenitude, porque são elementos da mesma essência e ao se fundir ao ?Todo? passa a ser o ?Todo? num momento incrível de êxtase indescritível de deificação. Esse caráter transcendental do homem espiritualmente esclarecido e aprimorado, livre de acicatamentos doutrinários, sem dogmas, sem igrejas, sem simulacros, é, em si, na condição de uma consciência livre, despojada de medos, de angustias, de culpas e de pecados, preconiza uma busca íntima, consciente, volitiva, auto-determinada no processo de transcendentalidade de sua condição humana verdadeiramente espiritual à sublimação do ?Self? (Eu Superior). ?Quando o discípulo estiver pronto o mestre surgirá?. Nesta assertiva está explícito que as coisas acontecem quando estamos preparados psicologicamente, intelectualmente, moralmente e espiritualmente. O desejo ardente de conquistar um estado de espiritualidade consciente depende da intensidade da fé (aquela que pode remover montanhas!) e que o indivíduo possa imprimir aos seus anseios, à sua credibilidade do possível (até o universo conspirará para que possa obtê-las!). O homem que busca espiritualizar-se com sabedoria e conhecimento de causa quer, logicamente, conquistar um estado psíquico de expansão da consciência, um condição de eterna ?iluminação?, uma imersão no absoluto, uma deificação (Nirvana?) como objetivo primordial. A idéia é se desmaterializar para ser apenas espírito consciente e livre dos grilhões da materialidade. Assim sendo, a manifestação da religiosidade pode ser um ato espúrio, empírico e alienado de uma crença irracional ou uma atitude de fé consciente, fundamentada na razão (inteligência espiritual esclarecida) e uma intuição aberta, a um auto desenvolvimento do Quociente Espiritual (QEs) Contudo a fé é um instrumento de crença, seja consciente ou não, pois é uma condição imanente ao espírito humano, mas enquanto esses espíritos encarnados em corpos forem entidades rudes, tal propriedade de imanência permanecerá em estado latente até quando existir condições apropriadas para poder eclodir em todo seu potencial na maturidade espiritual. A prática da religião consciente é o esboço da espiritualidade, portanto, o processo de aperfeiçoamento e evolução para o ser humano, podendo atingir, após várias etapas de desenvolvimento moral, intelectual e espiritual, uma fé racional, uma sabedoria profunda e um amor imarcescível. Por conseguinte, pode-se entender por ?Autorreligião? como uma manifestação de um estado de espírito que demanda uma atitude reveladora de autoconfiança, é um modo de ser autônomo independente de qualquer influência perniciosa de crença coletiva (dogmáticas, míticas, etc.). Buscar este estado independente de fé racional e ter a coragem de combater as mesmices de ideologias doutrinadoras e o conformismo da fé irracional. A autorreligião permite uma liberdade de consciência ilimitada, uma potencialidade de escolha com o máximo de autonomia, de completa independência de quaisquer condições e limites, o que permite, por meio da desta liberdade, realizar a plena autodeterminação sem consciência de culpa ou de pecado. Tudo nos leva a crer, mesmo intuitivamente, que somos imagem e semelhança do Ser Supremo em espírito porque a Divindade Primordial não tem corpo físico, pois não é matéria, portanto a autorreligião estabelece uma conexão consciente, que através, principalmente da meditação e da oração, nos faz sentir que: o Princípio Divino está em mim e eu estou Nele. Este amalgama espiritual, a princípio é inconsciente e existem num potencial latente que ainda tem que se desenvolverem plenamente suas tendências naturais e intrínsecas. Só no decorrer das vidas sucessivas (reencarnação) é que se vai despertando para a condição de interação e integração com a verdadeira divindade através da consciência do ?Self?, o que era latente vai se tornando consciente, ai surge a manifestação da autorreligião. A energia primitiva da Proto-síntese Universal, cujos apelidos são: Deus, Jeová, Ala, Brhama, etc., são imanentes ao espírito independente dele estar na condição humana ou não porque, o espírito, por ser constituído da mesma essência divina, não precisa buscá-Lo em lugar nenhum, Ele já é naturalmente manifesto e nem necessitamos acreditar em discursos, muitas vezes falaciosos, de líderes religioso que se arvoram donos da verdade e inspirados por divindades segundo suas próprias conveniências cujas oratórias tem o objetivo de angariar adeptos para explorá-los materialmente e dominá-los psicologicamente, principalmente a aqueles que não se predispõem a deixar o comodismo intelectual e procurar buscar a verdade com a consciência desatrelada de ideologias dominadoras tirando a inteligência do marasmo, da mesmice doutrinária, principalmente os de mente retrograda e obsoleta. O mundo evolui e as idéias também, mas existem pessoas que pararam no tempo e no espaço e vivem na dependência de pseudos verdades alheias fundamentadas em mitos e outras formas de crendices que usam para justificar a realidade. Esses donos da ?verdade? produzem muitos seguidores pelo dom da persuasão através de discursos verborrágicos falaciosos. O Ser humano deve primar pela autonomia de sua vontade, da sua natureza espiritual, da sua inteligência, principalmente por sua consciência que é o templo sagrado que ninguém tem o direito de vilipendiá-la. A Autorreligião (espiritualismo) é a verdadeira manifestação de espiritualidade, a religião do ?Self? (Eu Superior) em busca do autoaperfeiçoamento que tem como principal objetivo a evolução espiritual em busca da ?Iluminação?. Ela corresponde à nova era de espiritualidade que deve se fundamentar numa exegese histórico-crítica das ciências, das filosofias e das teologias, num estudo objetivo e seletivo, desenvolvendo um conjunto de técnicas inerente à conscientização da realidade e dos fenômenos, tanto da materialidade quanto da espiritualidade dentro do contexto ao qual nos encontramos inseridos. Na autorreligião deve-se desenvolver a teoria do conhecimento, a gnose filosófica, através de estudo histórico-crítico das ideologias pertinentes e do aprimoramento prático com exercícios de meditação, do desenvolvimento da maturidade emocional, das diversas formas de inteligência (QI, QE, QEs), primar pelas virtudes e pela moral, desenvolver o bom senso e a capacidade de empatia e um relacionamento social de caráter democrático em busca de uma sociedade de amor, justiça e sabedoria. Com isso ele nos trará uma paz interior indescritível e uma capacidade de amar incomensurável resultado num estado de espírito perenal e sereno. Todavia não basta, egoisticamente, identificar-se com a Divindade por si só e curtir sua ?Autorreligião? desprezando o Mundo e seu próximo e regozijar-se com as descobertas das verdades conquistadas, também é preciso sentir o seu Criador manifesto em você, em seu próximo, na natureza e no universo, e compreende que tudo e todos são criatura e obras da Energia Geradora (Deus), portanto torna-se um dever do espiritualista autônomo engajar-se na luta por um mundo melhor, por uma fraternidade universal, defender os oprimidos e assistir os excluídos, por um idealismo puro e singelo cujo amor, sabedoria e humildade sejam a tônica da personalidade humanista no meio social em que vivemos.


Exemplo do uso da palavra Espiritualismo:

Encontrei no espiritualismo uma razão para viver.