Amílcar Monge da Silva

Usuário desde 26-04-2008
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4. Negócios da china

Negócio que dá um lucro extraordinário.
Origem:
? Nos séculos XV I a XVIII uma nau da carreira da Índia levava ano e meio no percurso de ida e volta. Era uma viagem muito perigosa. Se num grupo de três naus, se perdessem duas, o negócio ainda dava lucro.
Cedo porém os Portugueses da Índia descobriram que podiam fazer viagens muito mais curtas e com lucros muitíssimo maiores:- Eram as viagens entre a Índia e a China ou o Japão. Daí a denominação:- ?Negócios da China?.

3. Calhar

Acontecer; coincidir.
Origem:
Antes de haver abundância de portos os navios procuravam um local onde pudessem ancorar com segurança. Um local abrigado e com fundo era denominado uma calha ou, no diminutivo, uma calheta. Se tinham azar, em vez de calharem, encalhavam. Ainda hoje há nos Açores um desses primitivos portos chamado \"Calheta\".

2. Se caíres agarra-te ao pincel

Expressão usada de modo brincalhão entre pintores e outros operários que trabalham em escadas ou andaimes.
Origem:
- Nos séculos XV e XVI as naus não tinham sequer uma simples retrete. Para alguns havia os "bacios de mijar". Se estava mau tempo as pessoas faziam as suas necessidades onde calhava. Estando bom tempo faziam-no sobre a amurada ou sobre uma prancha aí amarrada. Para se limparem usavam a ponta desfiada (o pincel) de um grosso cabo que era arrastado na água. Quando alguém caía ao mar gritavam-lhe: Agarra-te ao pincel. Essa era talvez a única forma de se salvarem pois, as grandes naus, navegando só com ventos de popa, tinham muita dificuldade, ou simplesmente não podiam voltar atrás para recolher um náufrago. Salvou muitas vidas este "pincel".

1. Fanar

Em gíria significa furtar. Com o mesmo significado também se usa "meter a unha".
Origem:
Havia na Índia (séc XVI) uma minúscula moeda de ouro, menor que a unha do dedo mínimo. Chamava-se fanão.
D. Afonso de Albuquerque recebia os tributos em fanões e o comércio usava-a em abundância. Para a sua contagem eram utilizadas tábuas com 50, 100 e 200 alvéolos. O contador punha um punhado de fanões sobre elas e, com um ágil movimento circular dos dedos retirava o excesso de moedas de modo que ficasse uma em cada alvéolo. Estava feita a contagem. Se porém usasse unhas grandes podia alguma moeda ficar aí entalada. Daí o meter a unha e o fanar.
Vem também daqui o gesto genuinamente português em que se apoia o polegar num ponto imaginário do ar e sefazem rodar os dedos, imitanto o gesto feito sobre a tal tábua de contar fanões. Este gesto mímico significa "fanar".


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