ma saúde! O fumo e a imagem do idealismo, e o transunto de
quanto ha mais vaporoso naquele espiritualismo que nos fala
do espiritualismo. — Archibald! deveras, que é um sonho
isso! No outro tempo o sonho da minha cabeceira era o espí
do, eu vos direi: miséria! miséria! três vezes miséria!
aquilo é falso: mentiram como as miragens do deserto! —
ergamo-nos, nos que amanhecemos nas noites desbotadas de es
insano, e vimos que a ciência é falsa e esquiva, que ela
enas que quando amanheceu achei-me a sós no cemitério. Con
a criatura pálida não fora uma ilusão: as urzes, as cicu
a morte: era um desmaio. No aperto daquele abraço havia con
alguma coisa de horrível. O leito de lájea onde eu passar
as tomou-o pelo braço. — Solfieri, não é um conto isso
? — Pelo inferno que não! por meu pai que era conde e ban
Quando voltei. Ângela estava casada e tinha um filho... Con
meu amor não morreu! Nem o dela! Muito ardentes foram aque
te nas nossas frontes pálidas... Mas um dia o marido soube
: quis representar de Otelo com ela. Doido!... Era alta noit
oi por ti que tive força bastante para tanto crime... Vem,
esta pronto, fujamos. A nós o futuro! . . . . . . . . . .
mas bolachas repassadas da salsugem da água do mar. Depois
o que houve de mais horrível se passou... — Por que empa
a sombra da doença de Hamlet: quem sabe? — Mas a que vem
isso? — Não bradastes — miséria e loucura!... vós, a
cão do matadouro, fosse embora sangue. A fome! a sede!...
quanto há de mais horrível!... Na verdade, senhores, o ho
quarenta séculos depois o fez a Cristo, e disse-lhe: Vê,
isso e belo — vales e montes, águas do mar que espumam,
stas que tremem e sussurram como as asas dos meus anjos —
isso é teu. Fiz-te o mundo belo no véu purpúreo do crep�
�a, de poesia e de beleza, levanta-te, vai, e serás feliz!
isso é belo, sim!... mas é a ironia mais amarga, a decep�
mais árida de todas as ironias e de todas as decepções.
isso se apaga diante de dois fatos muito prosaicos — a fo
tos-a amanhã mais queimadores!... Miséria!... E dizer que
o que há de mais divino no homem, de mais santo e perfumad
a uma convulsão infame pare dizer — sou feliz!. . . Isso
, senhores, pare dizer-vos uma coisa muito simples... um fat
ha as entranhas em fogo. Morrer hoje, amanhã, ou depois...
me era indiferente, mas hoje eu tinha fome, e ri-me porque
nte, o seio seminu de uma donzela a bater sobre o meu, isso
... ao despertar dos sonhos alvos da madrugada, me enlouquec
rnou a falar-me em casamento. Que havia de eu fazer? contar
ao pai e pedi-la em casamento? Fora uma loucura... Ele me m
idecia cada vez mais, o misérrimo arrancava as cãs. Eu con
não esquecera Nauza, nem ela se esquecia de mim. Meu amor
em meus ouvidos: — Gennaro, eu te perdôo: eu te perdôo
... Eras um infame... Morrerei... Fui uma louca... Morrerei.
rfar com ânsia, outras vezes afogar-se em soluços. Depois
emudecia: o silêncio durava horas; o quarto era escuro; e
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
o mais foi um sonho: a lua passava entre os vidros da janel
de mim. Ajoelhei-me, e chorei lágrimas ardentes. Confessei
: parecia-me que era ela quem o mandava, que era Laura que s
estre era sonâmbulo… E pois eu não me cri perdido… Con
, lembrei-me que uma noite, quando eu saia do quarto de Laur
estalavam umas passadas tímidas de pés nus Era Nauza que
vira c tudo ouvira, que se acordara e sentira minha falta n
mas passadas tímidas de pés nus Era Nauza que tudo vira c
ouvira, que se acordara e sentira minha falta no leito, que
tá-lo na minha queda. Mas para que? E curvei-me no abismo:
era negro, o vento lá gemia embaixo nos ramos desnudos, na
do escumando nas pedras. Eu tive medo. Orações, ameaças,
seria debalde. — Estou pronto, disse. O velho riu-se: inf
que me perdoasse, e então eu seria seu escravo, seu cão,
o que houvesse mais abjeto num homem que se humilha — tud
udo o que houvesse mais abjeto num homem que se humilha —
! — contanto que ele me perdoasse. Viver com aquele remors
o abriram. O jardim da casa dava para a rua: saltei o muro:
estava deserto e as portas que davam para ele estavam tamb�
são palavras, palavras e palavras, como o disse Hamlet; e
isso é inanido e vazio como uma caveira seca, mentiroso co
nem o que vi; sei só que lá estava uma mulher, bela como
quanto passa mais puro à concepção do estatuário. Essa
os pés do Corsário, a ele cabia ir ter com ela. Uma noite
dormia no palácio do duque. A duquesa, cansada do baile, a
o sono da embriaguez pesa negro naquelas pálpebras onde a
sigilou os olhares da volúpia? — Cala-te, Johann! enquan
ua desmaia como a luz de uma lâmpada sobre a alvura de uma
que dorme, que melhor noite que a passada ao reflexo das ta
epois amaram-me: a família era um nobre velho viúvo e uma
peregrina de dezoito anos. Não era amor de certo o que eu
dela, rei na terra, vive de amor e crença, de poesia e de
, levanta-te, vai, e serás feliz! Tudo isso é belo, sim!..
o do gênio. Velho já, casara em segundas núpcias com uma
de vinte anos. Godofredo era pintor: diziam uns que este ca
m uns que este casamento fora um amor artístico por aquela
romana, como que feita ao molde das belezas antigas; outros
stico por aquela beleza romana, como que feita ao molde das
s antigas; outros criam-no compaixão pela pobre moca que vi
a. O fogo de meus dezoito anos, a primavera virginal de uma
, ainda inocente, o seio seminu de uma donzela a bater sobre
ainha em todo aquele ademã soberbo: víssei-la bela na sua
plástica e harmônica, linda nas suas cores puras e acetin